A atuação da secretária de governança vem ganhando cada vez mais relevância no contexto corporativo. Longe de ser uma função meramente operacional, essa profissional tem papel central na articulação das reuniões, na organização dos processos decisórios e, principalmente, na garantia da integridade, da transparência e da continuidade da governança corporativa.
Neste artigo, você vai entender como a secretária de governança e gestão estratégica se tornou peça-chave nas organizações e quais competências são essenciais para exercer essa função com excelência.
A evolução do papel da secretária de governança
Tradicionalmente, a figura da secretária era vista como alguém responsável por organizar agendas e redigir atas. No entanto, à medida que os conselhos de administração se tornaram mais estratégicos e a governança ganhou protagonismo na sustentabilidade dos negócios, esse papel foi se transformando.
Hoje, a secretária de governança atua como guardiã dos processos decisórios, zelando pela conformidade com as normas internas e externas, pela qualidade das informações apresentadas ao conselho e pela boa condução das reuniões. Mais do que apoio, ela representa um elo de confiança entre o corpo executivo e os conselheiros.
O que faz uma secretária de governança?
As atribuições podem variar conforme o porte da empresa e o grau de maturidade da governança, mas, de forma geral, incluem:
- Preparar e organizar as reuniões do conselho: definição de pautas, consolidação de materiais e envio aos membros com antecedência.
- Redigir e aprovar atas: garantindo precisão, clareza e conformidade legal.
- Manter a documentação corporativa atualizada: regimentos, políticas, livros societários e demais registros.
- Apoiar na gestão de deliberações: acompanhando os desdobramentos de decisões e garantindo a execução.
- Facilitar a comunicação entre conselho e diretoria: agindo como ponte institucional.
- Atuar como referência em boas práticas de governança: orientando sobre regras, prazos e exigências legais.
Por que a secretária de governança é estratégica?
Em um cenário de alta complexidade regulatória, ESG, riscos reputacionais e demandas por maior transparência, o trabalho da secretária de governança e gestão estratégica é fundamental para garantir consistência, continuidade e credibilidade aos processos de governança.
Ela não apenas assegura que as decisões sejam bem documentadas, mas também contribui ativamente para que essas decisões sejam tomadas com base em informações organizadas, completas e acessíveis.
Além disso, é ela quem muitas vezes identifica gargalos, sugere melhorias de processo e antecipa riscos operacionais na rotina da governança. Sua atuação estratégica é silenciosa, mas essencial para o bom funcionamento do conselho.
Principais competências da secretária de governança
Para desempenhar essa função com eficácia, algumas competências são indispensáveis:
- Conhecimento técnico em governança corporativa e societária
Entendimento das , legislação societária e compliance é essencial. - Organização e atenção aos detalhes
Um pequeno erro em uma ata pode gerar consequências jurídicas relevantes. - Discrição e ética
A secretária lida com informações confidenciais e decisões estratégicas. - Habilidade de comunicação
Tanto para interagir com conselheiros, quanto para redigir documentos com clareza. - Domínio de tecnologias de governança
Ferramentas digitais e plataformas especializadas são cada vez mais utilizadas para pautas, atas, votações e gestão de documentos.
O papel da tecnologia no dia a dia da secretária de governança
Com o avanço da digitalização, a secretária de governança passou a contar com plataformas que automatizam tarefas operacionais, liberando tempo para o que realmente importa: apoiar a governança estratégica.
Ferramentas como a permitem:
- Criar pautas colaborativas
- Gerar atas automaticamente com inteligência artificial
- Rastrear a execução de deliberações
- Armazenar documentos com segurança e controle de acesso
- Coletar assinaturas digitais sem sair da plataforma
Esses recursos não substituem o olhar humano, mas potencializam a atuação da secretária, garantindo agilidade, conformidade e integração com as necessidades do conselho.
A secretária como agente de continuidade da governança
A troca de conselheiros e executivos é natural nas organizações, mas a continuidade da governança depende da manutenção dos processos, do histórico das decisões e da memória institucional.
Nesse sentido, a secretária de governança cumpre um papel semelhante ao de um “fiel da balança”: ela é quem mantém os registros, garante a formalização das decisões e ajuda a preservar a lógica por trás de cada deliberação.
Por isso, sua atuação não pode ser subestimada. Quando bem valorizada, a secretária de governança e gestão estratégica se torna uma referência dentro da organização — alguém que não apenas domina a operação, mas também compreende os impactos das decisões no médio e longo prazo.
Tendências e valorização da carreira
Nos últimos anos, diversas organizações vêm criando cargos específicos para essa função — como “Secretária do Conselho” ou “Governance Officer” —, muitas vezes vinculados à área jurídica ou de compliance. Em paralelo, instituições como o IBGC, a ABRASCA e outras entidades oferecem cursos e certificações voltadas a essa carreira.
A tendência é de crescimento. Com o aumento das exigências regulatórias, do foco em ESG e da necessidade de governança mais profissionalizada, a demanda por secretárias preparadas, experientes e estratégicas só tende a aumentar.
Conclusão: uma peça-chave que merece visibilidade
A atuação da secretária de governança e gestão estratégica vai muito além da organização de reuniões. Ela é peça-chave na engrenagem da governança moderna — alguém que assegura o funcionamento fluido, transparente e eficaz dos órgãos colegiados.
Valorizá-la é valorizar a própria governança. É garantir que as decisões da alta liderança estejam bem documentadas, bem fundamentadas e bem conduzidas. E, acima de tudo, é reconhecer que a solidez da governança começa nos bastidores — e passa, sempre, por mãos competentes e confiáveis.